Hotel Geriátrico
Quem é que nunca passou uma noite num hotel ponha o dedo no ar?! O conceito de hotel é muito conhecido em Portugal e no mundo inteiro. E se vos falasse num Hotel Geriátrico?! Pois é. É possível e é mesmo em Viana do Castelo. Temos um hotel dedicado e destinado aos nossos séniores, onde é possível conciliar turismo a cuidados de saúde.
O Planeta dos Avós esteve à conversa com a Dra. Andreia Ferreira, responsável pelo Hotel Geriátrico de Viana do Castelo e vamos partilhar tudo convosco.

Planeta dos Avós: Boa tarde Dra. Andreia podemos começar?
Andreia Ferreira: Sim, à vontade.
P.A.: O que é um Hotel Geriátrico?
A.F.: Antes de mais um Hotel Geriátrico é um conceito muito novo. Portanto, quando pensamos num hotel associamos logo ao turismo, e o turismo tem um conjunto de serviços e cuidados normais de um segmento de mercado específico, que são os turistas. Neste caso o turismo geriátrico pretende associar o quê?! O turismo sénior aos cuidados geriátricos. Associando geriatria aos cuidados de saúde que o idoso precisa. Nós quando pensamos em gerontologia pensamos nos cuidados sociais e ambientais do idoso e a geriatria vai ver o cuidado mais no âmbito da saúde e clínico do idoso. O Hotel Geriátrico surge neste conceito que é associar o conceito de hotel, de turismo, serviços de turismo ao conceito de cuidados aos idosos no âmbito da geriatria e dos cuidados de enfermagem que eles precisam. Nós consideramos aqui o turismo também um fenómeno social, portando uma atividade social e que têm esta vertente gerontológica e quando falamos em geriatria falamos num turismo social com os cuidados de enfermagem e médicos que os idosos precisam.
P.A.: Ou seja, a principal diferença entre um Hotel Geriátrico e um Lar é que sendo um Hotel eles [idosos] podem vir, por exemplo, quinze dias, uma semana?
A.F.: Sim. Temos várias tipologias de contratos e de alojamentos que pode ser desde uma noite até contratos de estadia permanentes. Certo? Enquanto que num Lar pelas dificuldades e pelo número de lista de espera que existe, o que é que acontece? Nos Lares quando se entra é para uma estadia definitiva, à partida, sem qualquer alteração. Enquanto que aqui podem vir só para passar férias. Podem vir, por exemplo e é quando temos maior procura, nas férias dos cuidadores. Os idosos vem para cá quando os cuidadores, normalmente os cuidadores informais, familiares vão de férias. Eles ficam cá durante esse tempo, é um tempo limitado que pode ser um fim de semana, uma semana ou quinze dias e depois regressam ao seu ambiente natural. Também temos aquela situação de pessoas que vão estando permanentemente. Temos essas duas possibilidades.
P.A.: Como surgiu a ideia ou a necessidade da criação de um Hotel Geriátrico em Viana do Castelo?
A.F.: Esta ideia é um projeto inovador. É um projeto que vem desde há muito tempo, desde 2006, tem por base um estudo de mercado que foi feito aqui em Viana para saber qual, em termos de investimento, qual seria a resposta para as necessidades do mercado. Nesse estudo de mercado, que teve como parceiro o IPVC [Instituto Politécnico de Viana do Castelo] percebeu-se que, de facto, havia uma grande lacuna na resposta ao segmento sénior, ao segmento da terceira idade e então quando se pensou fazer um investimento para a terceira idade, como se trata de um património histórico da cidade de Viana pensou-se que, para além de responder ao segmento sénior, deveríamos ir um bocadinho mais além e deveríamos ser inovadores. Então a parte da inovação teve mesmo a ver com a criação de Hotel Geriátrico e se possível fazer um tipo de oferta turística para estrangeiros e não só para os clientes nacionais.
P.A.: Que tipo de serviços são aqui prestados?
A.F.: Nós temos todo o tipo de serviços que são necessários num hotel. Nós temos a receção, serviço de andares, serviço de limpeza, restaurante, bar… e depois temos um outro tipo de serviços que não é possível num hotel que é o cuidado prestado diretamente ao cliente. Em termos turísticos é impossível o cliente ter uma empregada de andares a ajudá-lo a tomar banho, porque legalmente não é permitido esse contacto. E nós aqui conseguimos fazer a distinção desses serviços. Temos serviços de hotelaria, porque temos os serviços normais de um hotel, e paralelamente temos os serviços de cuidado direto ao idoso que são vinte e quatro horas por agentes de geriatria. Todas as funcionárias têm formação na geriatria, temos programas de animação sociocultural com gerontólogas, serviço de enfermagem geriátrica todos os dias e acompanhamento médico, bem como fisioterapia de manutenção e de reabilitação.
P.A.: Há algum tempo mínimo de estadia?
A.F.: Não. A estadia pode ser uma noite ou eternamente desde que seja acordado.
P.A.: Eu digo isso porque há hotéis que o mínimo são duas noites, três noites…
A.F.: Sim, mas não. Nós não temos essa situação. Nós temos também, neste momento, muitas situações de recuperações de cirurgias em que as pessoas estão cá quinze dias, um mês ou o tempo determinado pelos médicos para recuperação da cirurgia.
P.A.: Neste momento, quantos idosos estão aqui hospedados?
A.F.: Temos, neste momento, quarenta idosos.
P.A.: Como é a rotina dos idosos num Hotel Geriátrico?
A.F.: Olhe, neste momento temos três turnos a funcionar: o turno da manhã, da tarde e da noite, em termos de serviços diretos ao cliente. E as rotinas passam muito por: de manhã o acordar e fazer a higiene completa do idoso, pequeno-almoço no restaurante ou no quarto, conforme a preferência do idoso ou a informação clínica que tenhamos. Depois temos atividades de manhã ou saídas ao exterior, uma vez que estamos no centro da cidade e podemos aproveitar essa situação ao máximo. Posteriormente temos o almoço no nosso restaurante, onde temos sempre três pratos à escolha nomeadamente, carne, peixe ou dieta. Em que cada cliente pode escolher o prato que entender, salvo se houver alguma indicação médica. Depois normalmente, alguns idosos preferem ir para o quarto para fazerem a sesta, para descansarem e os que não o fazem ficam na sala de estar e fazem as atividades que são feitas pelas nossas animadoras. O lanche é servido às quatro e meia, depois continuámos com atividades de animação sociocultural. Às sete e meia é o nosso jantar e depois ou ficam nas salas de estar ou recolhem aos quartos. Contudo, isto nas situações de dependência moderada ou grave, sendo que quando o idoso é autónomo ele pode fazer livre arbítrio da sua vida.
P.A.: Ele pode sair…
A.F.: Sim. Ele pode entrar e sair a qualquer hora. Nós aqui garantimos as refeições nos horários estipulados, os cuidados de lavandaria, os cuidados de higiene, os cuidados de limpeza do espaço e a pessoa pode simplesmente usar como se fosse um hotel. Nós temos situações em que os idosos, que por circunstâncias diversas, continuam a trabalhar e que de manhã, ao fim do pequeno almoço saem para o seu trabalho, depois regressam para almoçar, vão trabalhar outra vez, regressam para lanchar e descansam. Em que a nossa intervenção, nesse cliente, é única e exclusivamente de hotel.
P.A.: É inevitável falar também em preços. Os preços variam entre quanto?
A.F.: Variam muito. Nós estamos vocacionados e os nossos serviços de hotel que nós queremos que seja de cinco estrelas é direcionado para um segmento de mercado médio alto. Portanto, os serviços e preços variam entre a tipologia de quartos, nomeadamente se é um quarto individual ou se é duplo, se é um quarto individual ou de casal, se está localizado no palacete e na parte histórica da casa ou na parte moderna, se está em pisos para a rua ou para o interior. Isto aqui é condicionante mesmo muito típico de um hotel. Temos mensalidades que variam, neste momento, dos mil e seiscentos aos três mil euros.
P.A.: Consegue definir o Hotel Geriátrico em cinco palavras?
A.F.: (pensativa) Em cinco palavras… é um conceito inovador, é um conceito que responde às necessidades do público que é cada vez mais necessário, é um conceito moderno, é um conceito familiar ao mesmo tempo e a confiança. Eu definia essas cinco palavras chaves no conceito de Hotel Geriátrico.
P.A.: Obrigada!
A.F.: De nada.

Morada
Passeio das Mordomas da Romaria, nº 17 a 21 Viana do Castelo (cidade)

Telefone
258 824 905

Site
www.hgviana.com

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