Fisioterapia no Envelhecimento

Como encarar o envelhecimento de forma ativa?

A fisioterapia é o serviço prestado por fisioterapeuta a indivíduos ou populações de forma a desenvolver, manter e restaurar o máximo movimento e capacidade funcional ao longo da vida.

Tendo esta definição de Fisioterapia como ponto de partida, podemos afirmar que o fisioterapeuta tem um papel fundamental na busca pelo envelhecimento com qualidade de vida.

A esperança média de vida tem aumentado significativamente nos últimos anos. Se recuarmos a 1970 a esperança média de vida em Portugal era de 70,3 anos para as mulheres e de 64 anos para os homens. Por outro lado, se virmos os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística a esperança média de vida global a nascença entre 2016 e 2018 era de 80,8 anos. Uma mulher que chegue aos 65 anos em Portugal pode esperar viver mais 20,88 anos e um homem mais 17,58 anos.

Chegar aos 100 anos é hoje uma possibilidade que está presente em qualquer adulto. A questão é de que forma vamos chegar a essa idade.

O Ministério da Saúde afirma que o estado de saúde da população resulta de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. Devemos, por isso, trabalhar nos fatores modificáveis do estado de saúde ambientais e comportamentais. Alterando comportamentos de risco comuns em todas as doenças crónicas: tabagismo, má alimentação excesso de peso, consumo excessivo de álcool e sedentarismo.

O fisioterapeuta tem um papel ativo na promoção da saúde, promovendo a funcionalidade e capacidade do indivíduo, retardando as co-morbilidades associadas ao avançar da idade que irão resultar num envelhecimento mais ativo.

Peguemos como exemplo o risco de quedas nos idosos. Segundo a DGS em Portugal, entre 2000 e 2013, em cada 100 internamentos em indivíduos com mais de 65 anos três tiveram como causa uma queda. Quando ocorrem, as consequências podem ser desastrosas levando a fraturas, imobilização, lesões de tecidos moles, contusões, entorses, lesões musculares e neurológicas, dor, surgimento de outras doenças, perda de autonomia e da independência. O trabalho do fisioterapeuta é fundamental na fase de reabilitação pós queda, trabalhando na parte neuromusculoesquelética, devolvendo funcionalidade e independência. Porém, todos sabemos que as sequelas após quedas nesta população podem ser irreversíveis.

Daí ser necessário apostar na prevenção. Estudos comprovam que a ocorrência de quedas pode ser prevenida através de um programa de exercícios que inclui treino aeróbico (cardiovascular), treino de força e resistência muscular, flexibilidade e equilíbrio (Caballer et al. 2016). O trabalho preventivo na fisioterapia é assim de extrema importância na comunidade, através de classes de exercício em grupo (p. ex. Pilates clínico e hidroterapia) ou trabalho mais personalizado uma vez identificados fatores de risco num determinado indivíduo.

Em suma, devemos procurar um fisioterapeuta sempre que precisemos de reabilitação, seja ela após um evento agudo (p. ex. queda, AVC, enfarte, pneumonia), o aparecimento de dores ou défices de mobilidade crónicos (p. ex. dor lombar crónica) ou doenças degenerativas e/ou inflamatórias do sistema neuromusculoesquelético e sistema nervoso central (p. ex. Doença de

Parkinson, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatóide) , em que a função do organismo já está comprometida. Mas cada vez mais devemos apostar na prevenção. Integrar classes de hidroterapia, exercício clínico, pilates clínico, entre outros programas orientados por fisioterapeutas que irão adaptar os exercícios a cada pessoa, de forma a prevenir e corrigir possíveis causas de doença ou co-morbilidade física e intervir ao nível dos hábitos de vida, atuando na prevenção de doenças relacionadas com o aumento da idade e desenvolvimento de um estilo de vida mais saudável e ativo.

Hoje festejamos o dia da fisioterapia e a mensagem que quero deixar é:

Se parar é morrer escolha viver com qualidade. Procure um Fisioterapeuta e melhore a sua vida!

Fisioterapeuta Mélanie Palma