Dia Internacional do Enfermeiro

10 de Maio, 2019 0 Por Planetadosavos

Não. Não é hoje. O Dia Internacional do Enfermeiro celebra-se no próximo domingo, dia 12, mas o Planeta dos Avós antecipou-se e mostra-lhe a Conversa de Café que teve com a enfermeira Vânia Lima. Vânia é enfermeira em Espanha e falou um pouco connosco. 

Planeta dos Avós: Bom dia Vânia, obrigada por esta pequena entrevista. Há quanto tempo exerce a profissão de enfermeira?

Vânia Lima: Acabei a licenciatura em Junho de 2008, ou seja, vai fazer onze anos para o mês que vem. Comecei a trabalhar no dia 4 de Agosto desse mesmo ano. Assim também vai fazer onze anos. Como o tempo passa…

P.A.: É verdade, passa a voar. Apesar de exercer em Espanha, a Vânia tem amigas enfermeiras em Portugal, por isso quais são as principais diferenças entre ser enfermeiro em Portugal e em Espanha?

V.L.: As diferenças entre ser enfermeiro em Portugal e em Espanha prende-se principalmente com a autonomia na prestação de cuidados e com os cuidados que prestas. Ou seja, em Espanha atuamos mais por protocolo e temos mais autonomia. Em Espanha fazer muitas coisas que aqui são desempenhadas por outros profissionais como os ECGS, entre outros. Os cuidados de higiene no leito são responsabilidade dos auxiliares de enfermagem. Ainda existem bastantes diferenças às quais tive que me habituar.

P.A.: Quais são as principais dificuldades que sente na sua profissão?

V.L.: Existem muitas, mas com o amor todas são ultrapassadas. Ser enfermeiro não é fácil, porque temos muita responsabilidade, mas com amor ao que se faz tudo é mais fácil de fazer. É uma profissão que exige muito de ti.  Mas acima de tudo [as principais dificuldades], são em termos de horários e épocas festivas porque os hospitais sem enfermeiros não trabalham, assim deixas os teus para cuidar dos outros, como por exemplo no Natal e Passagem de Ano. Depois tens que estar em formação constante, porque na saúde as coisas evoluem muito e o que hoje é verdade, amanhã pode não o ser.

P.A.: Quais sãos os casos mais frequentes que recebem dos idosos?

V.L.: Recebemos idosos por vários motivos: problemas respiratórios, cardíacos, por demências, mas ultimamente muito por problemas sociais de abandono familiar.

P.A.: Sente ou conhece casos de abandono nos hospitais?

V.L.: Infelizmente, a cada dia lidamos mais com essas situações. Antes apenas se via [abandonos] nas quadras festivas, mas agora é uma rotina, porque cada vez menos os familiares têm tempo para tratar dos idosos e depois trazem-nos aos hospitais e deixam-nos lá abandonados, argumentando que têm que trabalhar e não têm forma de os cuidar.

P.A.: Como funciona os hospitais no atendimento aos idosos?

V.L.: Os idosos são atendidos como os outros pacientes, mas no hospital onde trabalho damos especial atenção aos idosos, porque normalmente são pacientes mais frágeis e que necessitam de outros cuidados. E automaticamente ao fazer a avaliação inicial temos uma avaliação especial para maiores de 65 anos.

P.A.: Como atuam nos casos dos idosos que vivem isolados?

V.L.: Nesse caso, se vivem sozinhos e não apresentam condições para tal referenciamos para o serviço social que reúne com a família, quando esta exista e depois a assistente social procura lares para os colocar.

P.A.: Consegue definir o enfermeiro em cinco palavras?

V.L.: Enfermeiro em cinco palavras… Gosto por aquilo que fazes.

P.A.: Obrigada, enfermeira Vânia.

V.L.: Obrigada!