Conversas de Café… com o filho Samuel

19 de Março, 2019 0 Por Planetadosavos

Hoje celebra-se o Dia do Pai. Ao longo da vida os pais cuidam dos filhos tentando-os proteger ao máximo. Porém, as vicissitudes da vida podem levar a um reverso da história acabando os filhos por tomar conta dos pais. Hoje o Planeta dos Avós mostra uma conversa que teve com um cuidado informar, um filho que cuida do pai. 

Planeta dos Avós: Olá Samuel, bom dia!

Samuel: Olá! Bom dia!

P.A.: Vamos começar pelo início. Há quanto tempo cuida do seu pai?

S.: Hum… não me recordo bem, os anos passam a voar. Mas à cerca de dois anos.

P.A.: O que aconteceu ao seu pai?

S.: Sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o deixou mobilizado de um lado do corpo, o direito. Depois a idade também não ajuda muito. O meu pai já tem 82 anos e está muito debilitado.

P.A.: Quais são as maiores dificuldades?

CS.: São muitas. De dia para dia noto que ele está cada vez mais debilitado. Há dias que está mais consciente, fala mais, consegue dar pequenos passos com a minha ajuda, mas depois há outros dias que passa mais tempo a dormir, não anda. Chega até mesmo a adormecer nos banhos.

P.A.: O Samuel conta com ajuda de mais alguém?

S.: Sim. O Centro Social aqui da terra faz higiene pessoal ao meu pai. Parece que não, mas é uma ajuda das grandes, porque estão mais habituadas na forma de pegar, de levar e até mesmo vestir. Mas há alturas que tenho de ser eu sozinho a dar o banho.

P.A.: Em que alturas?

S.: Ainda no outro dia eram cerca das duas da manhã, a fralda bazou e tive de ser eu a dar-lhe um banho e mudar a roupa da cama.

P.A.: Nessas situações como consegue fazer sozinho?

S.: Tenho uma cadeira própria com rodas, sento-o na cadeira e arrasto-a até à casa de banho. Só assim.

P.A.: O que deixou para trás?

S.: Muitas coisas. Não me arrependo da decisão de ficar com o meu pai. Afinal de contas, é o meu pai. Mas é sempre complicado, porque para sair com os amigos, tenho receio de o deixar sozinho. É complicado.

P.A.: Como vê o futuro?

S.: Espero, principalmente, que o meu pai não sofra e que viva com a maior das tranquilidades.

P.A.: Obrigada Samuel.

S.: Obrigado eu.