Planeta dos Avós: Quem é a Beatriz Ramires?
Beatriz Ramires: Fotógrafa há 9 anos, nasceu em Santos, São Paulo – Brasil. Uma pessoa que encontrou na fotografia um modo de apreciar a vida, de se conectar com as pessoas. Busca valorizar e preservar histórias e momentos, os enxergando com singularidade e registrando cada um deles como parte importante da história do mundo.
P.A.: A Beatriz está a viver em Viana do Castelo há quanto tempo?
B.R.: Há dois anos.
P.A.: Pode explicar um pouco a ideia deste projeto?
B.R.: Quando soube que meu projeto havia sido selecionado pela Câmara Municipal de Viana, ainda em isolamento, comecei a pensar sobre quais pessoas fotografaria. A princípio lembrei das que eu havia tido mais contato desde que me mudei para cá, para assim facilitar a aproximação. Quando saí para fotografar pela primeira vez, após o fim do período de emergência, iniciei o contato na região que hoje está a exposição, que é a região das Docas e que desde que me mudei para Viana visitava quase que diariamente, por gostar muito. Depois disso, tudo fluiu naturalmente, com o envolvimento da comunidade e as pessoas que naturalmente se aproximavam durante o processo ou que surgiam por causa dele
A ideia de acrescentar ilustrações surgiu durante o processo de escolha das pessoas a serem fotografadas, quando senti a necessidade de incluir nos registros o imaginário (meu ou deles) ou mesmo os sonhos deste período em que todos ficaram em reclusão, senti que isso agregaria aos retratos e , consequentemente, à temática proposta pela câmara. Foi neste momento que convidei a Carolina Gaessler para fazer parte do projeto, complementando o registro realista com um elemento lúdico, que era a minha intenção desde o início.
São ao todo 14 fotos, sendo que 3 estão afixadas no muro da cooperativa Viana Pesca e as outras 11 no muro da Doca Seca Engenheiro Duarte Pacheco (os dois muros estão na mesma região, sendo um de cada lado do rio).
O local já fazia parte da minha rotina, pois é próximo à minha casa, mas a ideia de fotografar pessoas que realmente estão presentes ali intensificou-se após a decisão de utilizar aqueles muros. Achei que seria interessante para aqueles que vivem ou trabalham diariamente na região depararem-se com si próprios ou com colegas e vizinhos ali estampados nos muros. Era justamente esta interação que eu buscava, uma produção artística que fosse sobre eles e para eles e o resultado foi exatamente este: mesmo durante o procedimento de colagem das imagens, vimos alguns barcos que saíam para pescar identificando as pessoas ali retratadas, sendo eles mesmos ou colegas de profissão.
P.A.: Onde podemos ver as suas fotografias e até quando?
B.R.: A exposição está afixada nos muros da Doca Eng. Duarte Pacheco e da Cooperativa de Produtores de Peixe – Vianapesca, na Ribeira de Viana do Castelo e disponível para visitação até 30 de Setembro