Conversa de Café com… Anabela Rodrigues

2 de Março, 2019 1 Por Planetadosavos

Iniciámos as nossas conversas de Café com Anabela Rodrigues. Se trabalha numa IPSS de Viana do Castelo dificilmente não conhece a Anabela, ela é psicóloga clínica na Câmara Municipal de Viana do Castelo. É responsável por programas ligados à terceira idade, como o Sénior + Ativo, Música para Idosos, mas também está ligada a programas para pessoas com deficiência. Tivemos uma conversa de café com ela sobre o seu programa Sénior + Ativo.

Planeta dos Avós – Olá Anabela! Como estás?

Anabela Rodrigues – Estou ótima. Obrigada pelo convite.

PA. – És a primeira aqui no blogue. Sentes o peso da responsabilidade?

AR. – Um bocadinho (risos).

PA. – Então vamos lá começar. Anabela, em que consiste o programa Sénior + Ativo?

AR. – O programa Sénior + Ativo é um programa que ao longo do ano estão calendarizadas várias atividades. Nessas atividades temos diversificados temas, temos atividades de manualidades, culturais, lazer, algumas ações de sensibilização, peças de teatro. Para além disso também temos o programa música para os idosos, que também está incluído no programa [Sénior + Ativo] e os meses temáticos onde mensalmente há um tema que abordamos, em sítios diferentes, por norma em freguesias. As pessoas podem se inscrever a partir dos sessenta anos, é gratuito, sendo que temos como parceiros várias instituições, empresas e juntas [de freguesia], porque é uma mais valia poder ser as instituições e juntas [de freguesia] a receber e a organizar uma determinada atividade para os idosos do programa.

PA. – Quando ou como surgiu a ideia da criação do programa?

AR. – Este é um programa já com doze ou treze anos. Surgiu da necessidade de ocupar também um bocado os idosos que estão aqui na cidade [Viana do Castelo] e não só. Havia uma lacuna.

PA. – E a ideia partiu de quem?

AR. – Eu penso que na altura partiu do Gabinete Cidade Saudável e da equipa que estava a trabalhar no gabinete.

PA. – Consegues definir o projeto em cinco palavras?

AR. – O programa em cinco palavras… (pensativa). Atividade, bem estar, convívio. Já disse três não foi?

PA. – Sim.

AR. – Sucesso e bem envelhecer.

PA. – Quais são as maiores dificuldades que tens sentido ao longo destes anos na organização?

AR. – O número dos idosos está a aumentar e os espaços que as instituições tem para a realização das atividades são reduzidos, cada vez temos mais dificuldades em aceitar todos [número de inscrições]. É muito difícil.

PA. – Porquê a mudança do nome Envelhecer com Qualidade para Sénior + Ativo?

AR. – Com a mudança de executivos fizemos um refresh ao programa, consiste na mesma ideia. Só que para além de outras atividades tem mais outras coisas, nomeadamente música para os idosos.

PA. – Também tem de haver uma evolução.

AR. – Exatamente. E faz parte da evolução.

PA. – Atualmente, o programa conta com a participação de quantas instituições e de quantos idosos?

AR. – Entre instituições, juntas [de freguesia], empresas privadas (pensativa)… para aí umas trinta, não sei assim de cor. Tinha de ver. E não participam todas, porque se participassem seria ótimo. Então aí teríamos mais dificuldades (ainda) em gerir os espaços para o número de pessoas que se inscrevem. É diversificado. É assim, não é só para instituições também temos pessoas que estão em casa, inscrevem-se e participam. São autónomas.

PA. – Tens uma ideia de quantos idosos participam?

AR. – Para aí à volta quatrocentos e quinhentos. Depende muito dos espaços.

PA. – Como é que os idosos ou as instituições se podem inscrever?

AR. – Podem no fazer presencialmente no edifício onde eu trabalho (Vila Rosa – Avenida Rocha Paris, 103, Viana do Castelo), por email (psicologa@cm-viana-castelo.pt) ou telefone (258 809 377). As inscrições terminam sempre, supostamente, oito dias antes da atividade. Mas acontece que, por norma, as atividades esgotam rapidamente.

PA. – (Risos) Eu sei bem o que isso é. Já me aconteceu.

AR. – Pois é. Quando chegam aos oito dias do início da atividade está mais do que esgotado. Esgotadíssimo.

PA. O que também é muito bom. Como vês o futuro do programa?

AR. – Eu vejo que cada vez tem mais pernas para evoluir (ainda mais). Mas há outras necessidades que tem de ser colmatadas num futuro.

PA. – Como por exemplo?

AR. – Chegar aos idosos que ainda não participam, que estão isolados em casa. Trazer as instituições que ainda não trabalham em parceria connosco. Tentar que as juntas [de freguesia] abram mais as portas, porque algumas ainda não nos abrem as portas.

PA. – Como consideras que será a velhice no futuro?

AR. – Olha a velhice do futuro vai ser muito diferente da atual. Na velhice no futuro vamos ter idosos mais habilitados a nível de literacia, idosos mais exigentes. Ao mesmo tempo acho que vai ser uma velhice mais saudável, porque estão a ter outros cuidados com a alimentação, praticam desporto. Serão idosos muito mais ativos, participativos e reivindicativos.

PA. – Também acho. Quando for a nossa vez vamos querer lares com Wi – Fi e computadores para irmos às redes sociais (Risos). Obrigada Anabela e boa sorte para o futuro.

AR. – Obrigada eu. Boa sorte também para ti.